Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

A missa desta solenidade celebra o admirável mistério, pelo qual o Pai misericordioso enviou o seu Filho do Céu ao seio da Santíssima Virgem, a fim de que fosse para nós a palavra da salvação e o pão da vida.
Mas também comemora a fé e a humildade com que Santa Maria O recebeu e O trouxe em seu ventre. Por isso a humilde Virgem de Nazaré é para nós um exemplo, a fim de que, à sua imitação, em nós recebamos o Filho de Deus: a seu exemplo, recebamos a Cristo, conservando no coração as suas palavras e celebrando na fé os seus mistérios da salvação e, por conseguinte, O manifestemos com obras dignas de santidade e demos testemunho d’Ele por palavras e obras. 
Os textos desta missa são como um eco dos sermões dos Santos Padres e da antiga liturgia: – daquela sentença de S. Agostinho († 431), segundo a qual a Virgem Santa Maria concebeu em seu espírito, antes de conceber em seu ventre, e assim se exalta a sua fé e a sua obediência e se declara o seu espiritual parentesco com o Filho; – daquela expressão de S. Bernardo († 1153), segundo a qual a Virgem Santa Maria se é certo que agradou (a Deus) pela sua virgindade, concebeu pela sua humildade.

Merece especial atenção o prefácio Por admirável mistério, que de modo admirável põe em relevo a virginal e salvadora maternidade da Virgem Santa Maria: teve a dupla felicidade: / admira-se porque concebeu virgem, / alegra-se porque deu à luz o Redentor. Os especialistas da sagrada liturgia enumeram este prefácio entre os mais antigos de Santa Maria.