Canto das oferendas e coleta ou oferta dos fiéis - Gotas de Liturgia

Canto das oferendas e coleta ou oferta dos fiéis - Gotas de Liturgia
Alberto Bekeuser



No rito da preparação da Mesa do Senhor na Missa temos dois elementos que ainda não conseguem ser harmoniosamente integrados no todo do rito e muitas vezes distraem do essencial. São eles o canto das oferendas e a coleta ou oferta dos fiéis.

Canto das oferendas ou da apresentação dos dons: - O canto é facultativo. Os fiéis devem ser preparados para viver o rito da apresentação dos dons e preparação da mesa da Ceia do Senhor, acompanhando o rito em silêncio, fazendo-o seu, transformando-o em verdadeira oração de louvor e de oferta a Deus daquilo que os dons do pão e do vinho com água significam. Durante o rito cada um vai dispondo o seu coração para entrar na atitude do Cristo, Corpo dado e Sangue derramado, cada qual vai despertando em si os motivos de ação de graças. Se houver canto, ele deve ajudar a viver a espiritualidade ou a mística desse momento. O ideal é que o canto, se houver, acompanhe os dois primeiros momentos do rito. E que no terceiro momento, o da apresentação dos dons ao altar, a assembléia acompanhe a pequena ação de graças proferida pelo celebrante e aclame da forma prevista. O canto pode também acompanhar as três etapas do rito (cf. IGMR, n. 73-76;139-145). A apresentação dos dons pode ser cantada pelo sacerdote e respondida pela assembleia: “Bendito seja Deus para sempre”.

A coleta ou oferta dos fiéis: - A coleta não pode ser um rito à parte, paralelo ou sobreposto a todo o rito das oferendas. Devem-se evitar ritos concomitantes, paralelos ou sobrepostos na Liturgia. As ações devem ser realizadas uma depois da outra.

Como realizar o rito da chamada coleta, sem que se torne um ruído, uma distração total do essencial. Duas maneiras são possíveis.

Primeira forma: Todos os fiéis levam sua contribuição ou oferta para junto do altar, colocando-a num cesto. Em cofre não é bonito, pois perde o significado do sinal. Nesta forma é importante observar o seguinte: Que o sacerdote aguarde assentado, até que termine a procissão das ofertas dos fiéis. Só depois se apresentam os dons do pão e do vinho com água para a Ceia e o Sacrifício. Não é adequado que as pessoas que não apresentem uma oferta também se dirijam ao cesto. O rito não seria autêntico. A oferta das pessoas como tais, vem significada na procissão ou apresentação dos dons e, depois, na Oração eucarística.

Segunda forma: O segundo modo é através do uso de tantas cestas e ministros da coleta, quantas forem as pontas dos bancos de um lado e de outro, e, se a igreja for muito longa, tanto à frente como atrás. Assim que o sacerdote se assenta e o acólito prepara o altar, pode-se iniciar o canto das oferendas e os ministros da coleta saem com os cestinhos da frente e detrás. A ação não demora dois minutos. Chegados ao centro da igreja, ou se for pequena, ao fundo, todos os ministros da coleta dirigem-se ao fundo da igreja e vêm em procissão até ao altar, seguidos dos fiéis que levam em procissão o pão, o vinho e a água para o Sacrifício. Quando próximos do altar, o sacerdote com os acólitos dirige-se até diante do altar para receber os dons. As ofertas serão depositadas junto ao altar, não em cima dele e lá permanecerão até o fim da celebração como sinal significativo do empenho dos fiéis de viverem a Eucaristia na partilha dos bens, na prática da caridade, a exemplo do Cristo, Corpo dado e Sangue derramado. A Instrução Geral diz que o sacerdote recebe também as ofertas dos fiéis. Por isso, o sistema dos cofres ou dos cestos colocados junto ao altar não atende bem a esta ação do sacerdote de receber os dons dos fiéis (cf. n. 140).

Importante é que tudo seja realizado com devoção. Por isso devem-se evitar os ritos concomitantes ou sobrepostos. Tudo é oração na linguagem do rito vivido no seu significado.