O “Aleluia” na Aclamação do Evangelho - Gotas de Liturgia
Alberto Bekeuser
Só na Quaresma é que não se canta o Aleluia como aclamação
ao Evangelho.
Aleluia significa “louvai a Deus” ou “louvai ao Senhor”. É
expressão de profunda alegria e exultação em Deus. Através do Aleluia cantado a
assembléia dos fiéis acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e
professa sua fé pelo canto. É cantado por todos, de pé, primeiramente pelo
grupo de cantores ou cantor, sendo repetido, se for o caso; o versículo, porém,
é cantado pelo grupo de cantores ou cantor (cf. IGMR, n. 62).
O Aleluia é cantado em todo o tempo, exceto na Quaresma. O
Versículo é tomado do Lecionário ou do Gradual.
No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o
versículo antes do Evangelho proposto no Lecionário. Pode-se cantar também um
segundo salmo ou trato, como se encontra no Gradual (cf. n. 62).
Durante a Quaresma a Igreja como que faz jejum da alegria do
Aleluia pascal.
Este canto recebe um destaque especial na Vigília Pascal. É
cantado solenemente antes do anúncio da Páscoa na proclamação do Evangelho,
diante do círio pascal. É o romper da Páscoa. A partir do Aleluia pascal
inicia-se a grande festa de cinquenta dias de Aleluia até o Pentecostes.
Durante a Oitava da Páscoa, o envio final da Missa e a resposta se fazem
através do acréscimo de um duplo Aleluia. Trata-se de um grito de alegria e
júbilo, pois “Este é o dia que o Senhor fez para nós; alegremo-nos e nele
exultemos. Aleluia!” Este refrão vai se repetindo na Oitava da Páscoa tanto na
Celebração eucarística como na Liturgia das Horas.
Se o Salmo responsorial se volta sobre a leitura que
antecedeu, ou seja, a primeira leitura, o Aleluia com seu versículo se
relaciona com o Evangelho que vai ser anunciado. Convém, pois, que se tome
realmente o versículo previsto no Lecionário e não qualquer versículo referente
à palavra em geral.
Entrou aqui um mau costume, a partir das aclamações do
Evangelho do Tempo da Quaresma, relacionadas com a Campanha da Fraternidade.
Criaram-se muitos cantos de aclamação ao Evangelho, alguns mais, outros menos
felizes. Aconteceu que, passada a Quaresma, se continuou a entoar estes cantos
de aclamação, sem o Aleluia.
Devemos notar ainda que há Aleluias de caráter diferente
conforme os mistérios celebrados quanto à melodia e o caráter mais ou menos
solene e alegre. Um Aleluia de Páscoa terá caráter diverso de um Aleluia de
Advento.
Cada Comunidade deveria saber cantar em torno de uma dúzia
de Aleluias. Por exemplo, um típico para o Natal, outro de Páscoa, outro de
Pentecostes, vários para os domingos do Tempo Comum, que são sempre festas
pascais, um para o Advento e, quem sabe, outro ainda para as festas e
solenidades da Virgem Maria e um próprio dos Santos. O versículo, em geral,
tirado do Evangelho do dia, que consta no Lecionário, será cantado pelo cantor
ou grupo de cantores, num tom salmódico correspondente à melodia do Aleluia.
“Havendo apenas uma leitura antes do Evangelho:
a) No tempo em que se diz o Aleluia, pode haver um salmo
aleluiático ou um salmo e o Aleluia com seu versículo;
b) No tempo em que não se diz o Aleluia, pode haver um salmo
e o versículo antes do Evangelho ou somente o salmo;
c) O Aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser
omitidos quando não são cantados (cf. Instrução Geral, n. 62).