Preparação da Mesa do Senhor - Gotas de Liturgia
Alberto Bekeuser
Aqui nos encontramos diante de um verdadeiro atoleiro
ritual, de uma tremenda sobreposição de ritos. É um rito que ainda tem muito a
ser trabalhado para que seja um momento de profunda oração da assembleia.
A Instrução Geral prevê um rito que se desenvolve em três
tempos ou três etapas. Nada de precipitação e de sobreposição de ritos.
Conforme o caso, após a homilia, o Credo ou as Preces, o sacerdote se assenta e
acompanha o rito, vivendo-o também como seu através dos diversos ministros.
Deve deixar que os ministros exerçam suas funções. É importante que todas as
coisas estejam bem preparadas e dispostas, seja na credência, seja no fundo da
igreja.
Primeira etapa ou momento: Preparação do altar. – O diácono
ou, na falta dele, o acólito instituído ou designado, ou o coroinha, prepara o
altar, ou seja: leva ritualmente, não de qualquer jeito, da credência, o cálice
com o sanguinho, a pala e o corporal, colocando-o no lado direito do mesmo. O
cálice não é oferenda, ficando, portanto, na credência. De pé, no centro do
altar, o ministro abre o corporal e deixa o cálice do lado direito com o
sanguinho e a pala em cima do cálice. Em seguida ou, se preferir, no início da
preparação, o ministro coloca o missal sobre o lado esquerdo do altar.
Segunda etapa ou momento: procissão dos dons: - O segundo
momento consiste na apresentação dos dons pelos fiéis ou pelos acólitos, quando
são levados da credência. Se as oferendas estiverem na credência, o acólito
leva a patena maior ou âmbula com as hóstias em rito processional,
apresentando-as ao celebrante, que neste momento já se encontra no centro do
altar. Em seguida, os acólitos apresentam-se com os recipientes do vinho e da
água chamadas galhetas. Se os dons do pão, do vinho e da água forem trazidos
pelos fiéis, os acólitos acompanham o celebrante para receber os dons diante do
altar.
É importante que os dons do pão, do vinho e da água sejam
trazidos em rito significativo de apresentação e de oferta, compassada ou
processionalmente e sem pressa, enquanto os fiéis acompanham com a vista essa
procissão da apresentação dos dons. De preferência os fiéis acompanham a
apresentação dos dons em silêncio; também pode ser acompanhada por um canto.
Terceira etapa ou momento - Apresentação dos dons ao altar:
– Recebidos os dons pelo diácono, quando houver, ou pelo sacerdote celebrante,
eles são apresentados ao altar. Tanto na apresentação do pão como do cálice com
vinho, o sacerdote os apresenta ao altar, segurando-os um pouco elevados sobre
ele, enquanto profere a breve oração de louvor. Portanto, nada de elevar para o
alto como se fosse uma oferta a Deus Pai. Apresenta, sim, ao altar que é
Cristo.
Para lavar as mãos: - Neste ponto houve significativo
progresso. A água seja diversa daquela das oferendas. Uma jarra, uma bacia e
uma toalha, que possam garantir um gesto simbólico realmente significativo de
purificação para toda a assembleia em preparação à grande ação de graças do
sacrifício de louvor.
Conclusão do rito da apresentação dos dons: - Esta conclusão
compreende o convite à oração e a Oração sobre as oferendas. O convite à oração
é um Oremos, melhor, neste caso, o Orai, irmãos … com a resposta do povo,
diferente, portanto, do convite antes da Oração do dia (coleta) e da Oração
depois da Comunhão. A Oração sobre as oferendas recolhe o sentido de toda a
preparação da Mesa do Senhor e a procissão dos dons e desperta a atitude
sacrifical dos fiéis que se expressará na Oração eucarística.