Silêncio na Liturgia Gotas de Liturgia
Alberto Bekeuser
Depois de expor o sentido e a importância do silêncio na
Liturgia em geral, vejamos agora o silêncio na Celebração da Eucaristia. Vamos
restringir-nos aos momentos de silêncio explícito.
A Instrução Geral sobre o Missal Romano diz: “Oportunamente,
como parte da celebração, deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza
depende do momento em que ocorre em cada celebração. Assim, no ato penitencial
e após o convite à oração, cada fiel se recolhe; após uma leitura ou a homilia,
meditam brevemente o que ouviram; após a comunhão, enfim, louvam e rezam a Deus
no íntimo do coração. Convém que, já antes da própria celebração, conserve-se o
silêncio na igreja, na sacristia, na secretaria e mesmo nos lugares mais
próximos, para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os
sagrados mistérios” (n. 45).
Desta orientação geral decorrem algumas observações quanto
ao silêncio. Trata-se de um silêncio sagrado, feito oração, portanto, cheio de
Deus. Faz parte da celebração. Pede-se silêncio, mesmo antes do início da
celebração. O silêncio é visto como preparação para realizar os sagrados
mistérios. O silêncio adquire sentidos diversos, conforme os momentos da
celebração.
Acompanhemos, agora, os momentos de silêncio na Missa, parte
por parte.
Antes do início da celebração: – Na igreja, na sacristia, na
secretaria e nos lugares mais próximos. O espaço da celebração, a igreja,
convida ao silêncio, ao recolhimento, ao encontro com o Sagrado. Todos aí se
encontram para realizar os sagrados mistérios. Os fiéis podem prepara-se com
uma visita ao Santíssimo, com a oração de uma Hora do Oficio Divino ou mesmo o
Rosário. A pessoa pode se recolher na recitação de algum salmo ou de outras
orações de Manuais, como o “Livro de Orações do Cristão Católico” ou ainda pela
meditação. Importa dispor-se para a realização dos mistérios.
Antes do Ato penitencial: – Trata-se de um silêncio de
recolhimento, fazendo um exame de consciência e colocando-se como pobre e
necessitado diante de Deus.
Antes da Oração do dia ou da Oração depois da Comunhão: – É
também um silêncio de recolhimento. Os fiéis são convidados a tomarem
consciência de que estão na presença de Deus e a formularem interiormente os
seus pedidos (cf. n. 54).
Na Liturgia da Palavra: - A Instrução Geral diz: “A Liturgia
da Palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por isso
deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram-na
também breves momentos de silêncio, de acordo com a assembleia reunida, pelos
quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e
se prepara a resposta pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados,
por exemplo, antes de se iniciar a própria Liturgia da Palavra, após a primeira
e a segunda leitura, como também após o término da homilia” (n. 56). Quanta
coisa a ser cultivada! O silêncio no início da proclamação da Palavra
praticamente ainda não é observado.
Antes e depois da Comunhão: - Sim, também antes. Enquanto o
sacerdote se prepara com uma oração em silêncio, os fiéis fazem o mesmo,
rezando em silêncio (cf. n. 84). Já o descobrimos? É um verdadeiro jejum pelo
qual a gente renuncia a tudo que não é Jesus Cristo, fazendo espaço para o Pão
descido do céu. Ocorre entre o Cordeiro e a sua apresentação.
A resposta às Preces: - Após cada invocação, a resposta
orante pode ser por breve silêncio.
Depois da Comunhão: - Após a Santa Comunhão recomenda-se um
momento de oração silenciosa, oração do coração, oração de comunhão, de
adoração, de louvor e agradecimento.